domingo, 29 de julho de 2007

A REALIDADE DA PRÁTICA DA ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL

Todos que passaram por uma escola tiveram a oportunidade (ou obrigação) de frequentar "aulas de arte". De uma ou de outra forma, aquelas aulas estavam lá espremidas entre disciplinas que em geral eram consideradas "mais sérias, ou mais importantes", para a vida futura. Será que a arte, na vida do homem, não é algo, mais do que simples lazer? Será que as aulas de arte não estariam jogadas a um segundo ou terceiro plano pelo próprio sistema educacional?
O que você acha disso tudo?

FINALIDADES DA ARTE

Duas concepções: a pedagógica e a expressiva predominam no correr da história das artes. Essas concepções estão relacionadas às finalidades da atividade artística.
A concepção pedagógica encontra sua primeira formulação em Platão e Aristóteles. Na República, expondo a pedagogia para a criação da cidade perfeita, Platão exclui da pólis os praticantes das artes imitativas.
Aristóteles desenvolve longamente o papel pedagógico das artes, particularmente a tragédia, que tem a função de produzir cartazes, isto é, a purificação espiritual dos espectadores.
A pedagogia artística se efetiva em duas modalidades: a primeira, a arte é o meio para a educação moral da sociedade, na segunda educa a sociedade para passar do natural e do material ao artístico.
Numa outra perspectiva, a arte é concebida como expressão que transforma num fim aquilo que para as outras atividades é um meio. As artes transfiguram a realidade para que tenhamos acesso verdadeiro a ela. Desequilibra o estabelecido, descobre movimentos, sons.
A arte inventa um mundo de cores, formas e volumes, massas, texturas, para nos dar a conhecer nosso próprio mundo.

ARTE E FILOSOFIA

Do ponto de vista, podemos falar em dois grandes momentos de teorização da arte. No primeiro a Filosofia trata as artes do ponto de vista da poética; segundo do ponto de vista da estética.
A arte poética estuda as obras de arte como fabricação de seres, ações e gestos artificiais, isto é produzidos pelos artistas. A obra é pensada do ponto de vista de sua conformidade a normas, regras e procedimentos de construção.
A estética se ocupa preferencialmente com a expressão da sensibilidade e da fantasia do artista e com o sentimento produzido pela obra sobre o espectador.
O artista verdadeiro não é aquele que segue regras fixadas pela tradição, nem aquele que traduz em palavras, cores, formas, gestos, movimentos já existentes na natureza, mas aquele que é capaz de uma criação inédita ou original.
A obra de arte, em sua particularidade e singularidade, oferece algo universal: a beleza, sem necessidade de demonstração, provas e conceitos. É algo comunicável, só existe para comunicar-se, oferecendo-se à sensibilidade dos receptores. A experiência estética, tanto do lado do artista, como do lado do público é comunicável e partilhável.

RELAÇÃO ENTRE ARTE E SABER

Duas concepções percorrem a história das relações entre a arte e o saber.
Platão - considera a arte uma forma de conhecimento humano e relacionada com a verdade.
Aristóteles - considera a arte como atividade prática humana.
Se na concepção platônica, a arte é um saber, na aristotélica ela é um fazer ou um saber prático. A concepção aristotélica parte da diferença entre o teórico e o prático, que decorre da diferença entre o necessário (objeto da teoria) e o possível (objeto da prática).
A arte é definida, então, como atividade prática fabricadora.

RELAÇÃO ENTRE ARTE E NATUREZA

Uma obra de arte é um artefato e um artifício.
Artefato - não é feita pela relação ação da natureza e sim pela ação deliberada de um ser humano.
Artifício - emprega recursos com os quais nos dá impressão de ser algo natural apesar de fabricado. Nos leva para longe da natureza, para um mundo inteiramente produzido pelos humanos.
A primeira e mais antiga relação entre arte e natureza foi a mímesis, palavra grega traduzida para o protuguês como imitação: "a arte imita a natureza." Escreve Aristóteles.
O trabalho expressivo - concebe a arte como trabalho da expressão e construção. É um processo de construção do objeto artístico em que o artista colabora com a natureza ou luta contra ela, separa-se dela ou volta a ela, vence a resistência dela ou dobra-se às exigências dela.

ARTE E SOCIEDADE

Acompanhando as transformações sofridas pelas artes, notaremos as seguintes mudanças: fazer artístico (escolas de arte ou estilos artísticos). Estas mudanças concernem à concepção do objeto artístico, relações entre matéria e forma, técnicas, relações e o público, etc.
De outro lado concernem à determinação social da atividade artística, isto é, as mudanças não dependem apenas de uma história dos procedimentos artísticos mas sim da inserção das artes na vida social.
A arte é socialmente determinada: pela finalidade social das obras; pelo lugar ocupado pelo artista e pelas condições de recepção da obra de arte.
A discussão sobre a relação arte-sociedade levou a duas atitudes filosóficas opostas: a arte só é arte se for pura; "arte engajada", a qual o artista toma posição diante da sociedade lutando para transformá-la e melhorá-la, para conscientizar as pessoas sobre as injustiças e as opressões do presente.
A primeira concepção desemboca no formalismo (perfeição da forma quanto conta e não oconteúdo), a segunda no conteúdismo (é a mensagem quando conta, mesmo quando a forma seja precária).

CONCEPÇÃO DE ARTE-EDUCAÇÃO

Atualmente a Arte-Educação atravessa um período efervescente. As bases teóricas de uma nova proposta de ensino das artes vêm, aos poucos, modificando a prática, com muitas discussões e experiências em torno de um novo modo de ensinar e aprender arte. Paralelamente, existe um movimento no sentido de reconhecimento da importância da Arte-Educação. Diversas organizações não governamentais envolvidas com educação têm centrado suas atividades em torno da arte.
Apesar do novo interesse pela educação em arte, o ensino nas escolas ainda é bastante precário. Uma série de problemas dificulta o processo de implantação da concepção de Arte-Educação: a escassez de publicações teóricas na área; a frágil formação da maioria dos professores de arte; a baixa qualidade de grande dos cursos de educação artística do país. Mas alguns passos foram dados no sentido de melhorar esta situação. A LDB-96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) manteve a obrigatoriedade do ensino das artes na educação básica. Os PCNs, lançados pelo MEC em 1998 e 1999, são instrumentos importantes de divulgação da proposta de Arte-Educação.
Considerando especificamente o ensino das artes plásticas, podemos identificar quatro concepções de Arte-Educação vigentes no Brasil. O ensino da música, da dança e do teatro.

COMO A ARTE EDUCA

"É preciso compreender que a evolução estética não se refere apenas e necessariamente à arte, refere-se também à integração mais intensa e profunda do pensamento, do sentimento e da percepção. Pode , assim, suscitar maior sensibilidade em face da educação." (Lowenfeld e Brittain).

Ao se falar em educação tá sempre implícita uma determinada teoria do conhecimento, isto é, uma teoria que fundamenta e explica a maneira e o processo pelos quais o homem vem a conhecer o mundo. O como o homem conhece, o como ele encontra um sentido para sua vida no mundo, passa a ser a pedra angular de qualquer processo educativo. Se educar é levar a conhecer, é necessário que se defina então como se dá o ato de conhecimento, para que a educação se fundamente nesse processo.
É preciso que se compreenda o processo linguístico para que se entenda o que significa conhecer. O sentido da linguagem no mundo humano deve ser elucidado, a fim de que se possa perceber os mecanismos de significação de que se vale o homem. Não há conhecimento sem símbolos. O esforço humano para compreender é o esforço para encontrar símbolos que representem e signifiquem o objeto conhecido.
O conhecimento do mundo advém, dessa forma, de um processo onde o sentir e o simbolizar se articulam e se completam.
A questão da educação gira sempre em torno da criação e da criatividade: ao aprender, estamos criando um esquema de significados que permite interpretar nossa situação e desenvolver nossa ação numa certa direção.
Na afirmação de Herbert Read: "A diferença entre o ideal de cidadania em uma democracia livre e o ideal de serviço num estado totalitário é tão absoluto que desde a infância até a idade adulta implica uma completa divergência em objetivos e métodos educativos."
Assim, queremos crer que esta preocupação com a linguagem possa permitir o acesso às nossas reflexões ao maior número possível de pessoas, que se interessem pela arte e pela educação.

sábado, 28 de julho de 2007

A IMPORTÂNCIA DA ARTE

A importância e a riqueza da arte vêm exatamente da sua capacidade de reunir todas as dimensões humanas - a emotiva, a racional, a mística, a corporal. O tipo de experiência que a arte é capaz de proporcionar é único, e não pode ser substituído por nenhuma outra área do conhecimento humano. Isso significa que sem a arte nosso entendimento do mundo e também de nós mesmos fica, empobrecido. Conhecer e entender a arte produzida pelo grupo cultural a que pertencemos é fundamental na construção da nossa identidade. Por outro lado, o contato com a arte de outras culturas dá oportunidade de perceber o que temos de singular, e também amplia nossa visão do mundo.
Portanto, a arte é também um meio de comunicação entre as pessoas e os povos. Por isso mesmo o componente Arte-Educação faz parte do eixo Linguagem e Códicos. Cada uma das modalidades da arte - a música, o teatro, a dança, a literatura, e as artes visuais - possui uma linguagem própria. Quer dizer, cada uma destas linguagens proporciona um tipo de experiência única. Mas, dentro de suas especificações, as várias linguagens da arte apresentam uma lógica comum.
A arte será sempre inspirada nas emoções e opiniões do artista assim como pelos acontecimentos mundiais e nova tecnologia.
O futuro da arte depende do futuro da vida na terra e da criação do artista.
O professor pode proporcionar à criança, em termos de sua produção artística, uma orientação quanto ao uso e emprego de materiais, bem como fornecer-lhe os instrumentos que se adequem às características de sua faixa etária.

sábado, 7 de julho de 2007

A arte na educação

Arte é um importante trabalho educativo, pois procura, através das tendências individuais, encaminhar a formação do gosto, estimula a inteligência e contribui para a formação da personalidade do indivíduo, sem ter como preocupação única e mais importante à formação de artistas.
No seu trabalho criador, o indivíduo utiliza e aperfeiçoa processos que desenvolvem a percepção, a imaginação, a observação, o raciocínio, o controle gestual. Capacidade psíquica que influem na aprendizagem. No processo de criação ele pesquisa a própria emoção, liberta-se da tensão, ajusta-se, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho. Educa-se.